Desde o dia 29 de agosto, a imensa maioria dos professores da educação estadual de Minas Gerais estão em greve devido ao péssimo salário que recebem e más condições de trabalho, de escolas com situação precária até violência, tráfico de drogas.
Neste mês foi promulgada a lei de número 11.738/08 que declara a quantia de R$950,00 como salário para profissionais do magistério da educação básica. Por piso salarial se entende como o valor mínimo a ser pago aos então profissionais de tal profissão. Porém, em Minas Gerais, o governador Aécio Neves (PSDB) entrou na Justiça para que o salário do professor continue como está, pouco mais de 600 reais, apenas dois salários mínimos.
Com isso, os professores, organizados pelo
SindUTE-MG (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais), e CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) declararam greve com tempo indeterminado, tendo como as principais reivindicações:
- Aplicação imediata do Piso Salarial Nacional: seguindo os seguintes critérios: R$ 950,00 para o valor do vencimento básico e manutenção de todas as vantagens incididas nesse valor e para uma jornada de trabalho de 24h semanais, definindo data base com reajustes anuais;
- revogação imediata do decreto que institui a gratificação/prêmio por produtividade, "
Não queremos o abono, mas sim reajuste salarial" (em carta da MEP - Movimento pela Educação Popular -
Fortalecer a luta classista e combativa! A Greve continua e avança);
- pagamento integral do auxílio transporte;
- Melhorias efetivas no IPSEMG e melhores condições de trabalho.
Membro da executiva nacional da CUT e diretor do Sind-UTE, José Celestino Lourenço (Tino), denunciou que "
Aécio implementou por decreto um piso que é na realidade um teto, de R$ 850,00, composto por gratificações e abonos, o que contraria a Lei do Piso Nacional".
"
Defendemos a continuidade da greve por tempo indeterminado contra a intransigência do governo e por respostas concretas a nossa pauta de reivindicações e apontamos a necessidade de se aumentar às ações de pressão, intensificando as mobilizações e organizando atos mais massivos como grandes passeatas e ocupações de prédios públicos", em carta da
MEP - Movimento pela Educação Popular -
Fortalecer a luta classista e combativa! A Greve continua e avança.
Desde o primeiro dia de greve até hoje, dia 4 de setembro, a organização dos professores se firmou cada vez mais, para que, nesse dia, realizasse uma grande manifestação.
Os professores, com o apoio estudantil (AMES-BH e UJR), por volta das 15 horas, realizaram uma Assembléia no pátio da Camara dos Deputados, onde foi a concentração dos manifestantes para esclarecerem todas as reivindicações, dúvidas, etc. E, em torno das 16:30 horas saíram em manifestação, contando com mais de 1.200 pessoas (dados incertos), com a polícia militar seguindo ao mesmo passo, fechando uma rua e/ou uma mão de cada avenida que passava. A direção era o Palácio da Liberdade: sede do governo mineiro. Ao chegar no local, cercaram a frente do palácio com velas no chão, e os gritos eram de intenso protesto contra o governador mineiro Aécio Neves, suas políticas educacionais e a manipulação da mídia ao seu lado.
Aparitir daí, os manifestantes continuaram até o centro da cidade, na Praça Sete, onde houve a despedida e últimas confirmações.
Segundo a assessoria de imprensa do governo, a greve é parcial e o estado está aberto para negociações. Uma reunião com a categoria está agendada para a próxima segunda-feira.
Não se sabe onde estava o governador de Minas.
Foto da concentração dos professores no pátio da Assembléia Legislativa
Uma indignação dos professores é a manipulação da mídia para seu lado.
Fotos por:
SindUTE-MGNo dia 9 de setembro, terça-feira, haverá outra reunião no pátio da Assembléia Legislativa, para organizarem outra manifestação.
Campanha Nacional pela Implementação do Piso
O Conselho Nacional de Entidades (CNE) da CNTE - Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, em reunião dia 22/08, aprovou um calendário de atividades para ser encaminhado em todo o país pelas afiliadas nos estados e municípios, com o lema: O Piso é lei. Faça Valer!
Apartir de setembro, todo o dia 16 será de atividades em defesa do piso.
Calendário
16 de setembro - Dia nacional de paralisação com atividades nos estados envolvendo educadores (as) das redes estaduais e municipais.
16 de outubro - Realização de atividades vinculando o dia do professor (a) e dia do funcionário público.
16 de novembro - Panfletagem em férias e demais espaços públicos.
16 de dezembro - Mobilizações a serem definidas nos estados.
Para contato com a
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