quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Greve dos Professores de Escolas Estaduais de Minas Gerais

Greve nas escolas públicas de Minas Gerais! Com o lema: O Piso é lei. Faça Valer!

Desde o dia 29 de agosto, a imensa maioria dos professores da educação estadual de Minas Gerais estão em greve devido ao péssimo salário que recebem e más condições de trabalho, de escolas com situação precária até violência, tráfico de drogas.
Neste mês foi promulgada a lei de número 11.738/08 que declara a quantia de R$950,00 como salário para profissionais do magistério da educação básica. Por piso salarial se entende como o valor mínimo a ser pago aos então profissionais de tal profissão. Porém, em Minas Gerais, o governador Aécio Neves (PSDB) entrou na Justiça para que o salário do professor continue como está, pouco mais de 600 reais, apenas dois salários mínimos.
Com isso, os professores, organizados pelo SindUTE-MG (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais), e CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) declararam greve com tempo indeterminado, tendo como as principais reivindicações:
- Aplicação imediata do Piso Salarial Nacional: seguindo os seguintes critérios: R$ 950,00 para o valor do vencimento básico e manutenção de todas as vantagens incididas nesse valor e para uma jornada de trabalho de 24h semanais, definindo data base com reajustes anuais;
- revogação imediata do decreto que institui a gratificação/prêmio por produtividade, "Não queremos o abono, mas sim reajuste salarial" (em carta da MEP - Movimento pela Educação Popular - Fortalecer a luta classista e combativa! A Greve continua e avança);
- pagamento integral do auxílio transporte;
- Melhorias efetivas no IPSEMG e melhores condições de trabalho.

Membro da executiva nacional da CUT e diretor do Sind-UTE, José Celestino Lourenço (Tino), denunciou que "Aécio implementou por decreto um piso que é na realidade um teto, de R$ 850,00, composto por gratificações e abonos, o que contraria a Lei do Piso Nacional".

"Defendemos a continuidade da greve por tempo indeterminado contra a intransigência do governo e por respostas concretas a nossa pauta de reivindicações e apontamos a necessidade de se aumentar às ações de pressão, intensificando as mobilizações e organizando atos mais massivos como grandes passeatas e ocupações de prédios públicos", em carta da MEP - Movimento pela Educação Popular - Fortalecer a luta classista e combativa! A Greve continua e avança.

Desde o primeiro dia de greve até hoje, dia 4 de setembro, a organização dos professores se firmou cada vez mais, para que, nesse dia, realizasse uma grande manifestação.
Os professores, com o apoio estudantil (AMES-BH e UJR), por volta das 15 horas, realizaram uma Assembléia no pátio da Camara dos Deputados, onde foi a concentração dos manifestantes para esclarecerem todas as reivindicações, dúvidas, etc. E, em torno das 16:30 horas saíram em manifestação, contando com mais de 1.200 pessoas (dados incertos), com a polícia militar seguindo ao mesmo passo, fechando uma rua e/ou uma mão de cada avenida que passava. A direção era o Palácio da Liberdade: sede do governo mineiro. Ao chegar no local, cercaram a frente do palácio com velas no chão, e os gritos eram de intenso protesto contra o governador mineiro Aécio Neves, suas políticas educacionais e a manipulação da mídia ao seu lado.
Aparitir daí, os manifestantes continuaram até o centro da cidade, na Praça Sete, onde houve a despedida e últimas confirmações.
Segundo a assessoria de imprensa do governo, a greve é parcial e o estado está aberto para negociações. Uma reunião com a categoria está agendada para a próxima segunda-feira.
Não se sabe onde estava o governador de Minas.


Foto da concentração dos professores no pátio da Assembléia Legislativa


Uma indignação dos professores é a manipulação da mídia para seu lado.

Fotos por: SindUTE-MG

No dia 9 de setembro, terça-feira, haverá outra reunião no pátio da Assembléia Legislativa, para organizarem outra manifestação.

Campanha Nacional pela Implementação do Piso
O Conselho Nacional de Entidades (CNE) da CNTE - Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, em reunião dia 22/08, aprovou um calendário de atividades para ser encaminhado em todo o país pelas afiliadas nos estados e municípios, com o lema: O Piso é lei. Faça Valer!
Apartir de setembro, todo o dia 16 será de atividades em defesa do piso.

Calendário
16 de setembro -
Dia nacional de paralisação com atividades nos estados envolvendo educadores (as) das redes estaduais e municipais.
16 de outubro - Realização de atividades vinculando o dia do professor (a) e dia do funcionário público.
16 de novembro - Panfletagem em férias e demais espaços públicos.
16 de dezembro - Mobilizações a serem definidas nos estados.

Para contato com a SindUTE-MG,
www.sindutemg.org.br
Rua Ipiranga, 80 - Floresta/BH - Fone: 31 3481-2020 - Fax: 31 3181-2449
comunicacao@sindutemg.org.br

3 comentários:

Unknown disse...

tudo bem concordo c/ a greve, sei que os professores precisam que o governo melhore os salários e condições de trabalho, mas infelizmente como ficará os alunos? nos precisamos aprender e ai? grato

bud disse...

e ai que eu acho que os alunos, que são atingidos TANTO QUANTO os professores, devem se unir ao professores, e seguir em manifestações, para mais rápido voltarem as aulas...
Cada vez mais pessoas o governo tende a ceder mais rapido...
e tem também a questao de repor as aulas, você acha que, se há greve dos médicos, eles repõem mortes?
Se há outra greve, repoem o trabalho?
NÃO.
Já os professores, fazem questao de repor.

^^

Unknown disse...

É muito difícil para o educador, você tem o direito de greve e ao mesmo tempó lhe é tirado, pois se o profissional de educaçaõ faz greve, tem que pagar os dias.É mole? Em 2000 o salário era mais ou menos 200,00 e dos aux de secretaria R$180,00. Em julho foi para 550,00 bruto e está até hoje. Faço uma pergunta:Conseguimos comprar hoje o que compravamos naquele ano? com esse salaário?